terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Fragmentos Meus



Pensamentos e um poema da saudosa Florbela Espanca, que traduz muito bem um fragmento do que sou em minhas muitas e complexas facetas...

" (...) O meu mundo não é como o dos outros; quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta,atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades...sei lá de quê!"

Desejos Vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras… essas… pisa-as toda a gente!…



Florbela Espanca

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Seu Caminho

Esse texto não é de minha autoria, e sim de uma pessoa muito querida e sensível. Meu amigo, Ricardo Araujo. Ele me enviou esse texto despretenciosamente em uma de nossas conversas no M.S.N. (Mal Socialmente Necessário, rsrs!) e achei tão oportuno e cabível ao que sinto neste momento que vou dividí-lo com vocês.



Seu Caminho


Quando as folhas caem no jardim
Anunciam o futuro que já chegou.
O tempo passa e nada é ruim
O céu ainda é cinza, mas a chuva já passou.

No fim da rua me encontro em silêncio
Perdido no mundo dos meus pensamentos.
A luz se apaga e o sol toca o chão,
O escuro clareia minha inspiração...

Quem nunca passou a noite em claro?
Pensando em um amanhã que já passou?
Já não entende que algo está errado.
Quero ficar só, e me encontrar em uma nova canção.


Ricardo Araujo

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Inspiração



Já não tenho tanta inspiração. Faz tempo que não me entrego as palavras. Mas eu precisava disso. Para aliviar meu coração. Dizem que os escritores se inspiram motivados por suas emoções. Sempre acreditei nisso. Até agora. Estou transbordada de sentimentos. Que vão do amor a dor, passando pela saudade... Motivada pela esperança, receosa com o futuro, conformada com o pouco... Sentimentos definitivamente não me faltam. Como poderia faltar emoção para alguém tão passional quanto eu? Talvez me falte inspiração por estar sendo consumida, esgotada pela incerteza. Quando vou aprender que não se pode ter certeza de nada? Ou melhor, quando vou aceitar? Com seu jeito prático e seguro de sempre, ele me pediu calma. Então, eu finjo ter paciência. E mesmo agora, em meio a madrugada vazia, onde tudo o que me falta é teu cheiro, teu sabor... Quando até o meu corpo me pede calma, minha alma não pára. Desassossega meus sentidos e faz dos segundos, horas sem fim. E o pensamento não consegue vagar, esquecer... Faço planos para nosso reencontro que se aproxima. Imagino cenas... Feho os meus olhos para ver os dele. Escrevo textos desqualificados... Invento, fantasio, sonho... E o que eu espero dele? Ora, o que esperam todos os corações inquietos: Amor. Somente amor.