Sou oceano, que recebe todos os rios e torrentes e ainda assim mantenho-me sereno, inabalável... Entretanto, divido contigo contra meu gosto, um segredo: também sou mar... Observa minhas ondas revoltas, emoção que dura o tempo de uma explosão... Permito-me por um segundo... Ah! Como eu queria ser simplesmente gente, pisar na areia, sentir pulsar o coração... Ter apenas lágrimas no lugar de ondas, que embora grandioso oceano não consigo controlar... Que desordenadas me levam ao rebento ainda que momentaneamente... E na controvérsia de minhas regras, entre o verso e o reverso de quem quero ser e quem realmente sou, no enigma complexo de tudo aquilo que há em mim, em minha incansável busca pela perfeição, nesse duelo que me leva a exaustão... Em meio aos meus segredos, conflitos e devaneios... Súbito desapareço, silencioso, resignado, mergulho mais uma vez profundo, refúgio do mar... Eu, novamente oceano frio e escuro... Indecifrável... Indefinível... Outra vez solitário porem novamente seguro.
Bárbara Romanelli
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